sexta-feira, 19 de julho de 2013

Reforma Política

         No Brasil tem se falado muito em reforma política. Todos os protestos que aconteceram recentemente se forem analisados com maior frieza serão vistos como reflexos de todos os problemas que o País sofre no que diz respeito à política e a administração pública. São muitos anos em que a população está refém de governantes que em muitos casos estão mais preocupados com seus interesses particulares do que com as necessidades de todos e com o desenvolvimento econômico da nação.
        Alguns dias atrás eu estava lendo um livro estrangeiro que fala sobre economia e políticas públicas. Deparei-me com um quadro que achei bastante interessante e que a meu ver reflete perfeitamente o que vivemos no Brasil neste momento. É o seguinte:
     “Reformas Políticas -> São propostas reformas que poderão beneficiar a economia. -> Elites poderosas podem resistir a essas mudanças. -> porque desejam manter seu controle dos recursos. -> Elas distorcem as reformas, que não dão certo ou chegam ao oposto das metas visadas. -> Ou seja, até as reformas econômicas benéficas falham.
           O que eu penso neste caso é que claro as reformas políticas existem para o benefício da nação como um todo. Elas servem para impulsionar a economia. Gerar resultados positivos em teoria para todas as pessoas e classes sociais. O problema é que usualmente as economias que necessitam destas reformas são governadas por indivíduos que veem o seu benefício próprio e a curto prazo antes de qualquer outra coisa. Essas pessoas acabam eventualmente sendo pressionadas ao longo do curso da história, como no Brasil neste momento, pelo povo a agir. E eles anunciam algo nesse sentido com a clara intenção de acalmar os ânimos. Mas, infelizmente, para uma reforma política de fato dar certo e gerar resultado seria necessário antes de tudo remover do sistema todos aqueles que se beneficiam da ineficiência existente. E países em desenvolvimento normalmente são os exemplos mais claros e perfeitos de onde temos esse problema.
     Podemos esperar de bons políticos ações que realmente visem o benefício e a reforma política/econômica de fato. Essas políticas que esperamos que sejam apresentadas com certeza irão ser populares. O que preocupa são os entraves burocráticos e políticos (no pior sentido da palavra) que existem e que podem tornar o espaço de tempo necessário para virarem realidade algo longo demais e assim abrir a oportunidade para os “reformadores” se aproveitarem do momento e redescobrir como se manter na posição de exploradores mesmo da máquina pública.
                Para finalizar, quando se é proposta uma reforma política é certo que teremos ganhadores e perdedores. O objetivo claro é sempre de que tenhamos mais ganhadores ao final de todo o processo. O grande entrave é que a maioria dos perdedores em questão fazem parte da elite política direta ou indiretamente. E essa elite que convive há anos com os seus benefícios fará de tudo para proteger a realidade que atualmente eles tem. Mesmo que saibam que poderíamos ter resultados positivos como um todo na economia e que essa melhora geral também traria benefícios a eles. Mas é aquela coisa, eles não querem saber de trocar o certo pelo incerto. E assim países em desenvolvimento, como o Brasil, continuarão com as suas dificuldades e suas travas por anos e anos.