No Brasil tem se falado muito em
reforma política. Todos os protestos que aconteceram recentemente se forem
analisados com maior frieza serão vistos como reflexos de todos os problemas
que o País sofre no que diz respeito à política e a administração pública. São
muitos anos em que a população está refém de governantes que em muitos casos
estão mais preocupados com seus interesses particulares do que com as
necessidades de todos e com o desenvolvimento econômico da nação.
Alguns
dias atrás eu estava lendo um livro estrangeiro que fala sobre economia e
políticas públicas. Deparei-me com um quadro que achei bastante interessante e
que a meu ver reflete perfeitamente o que vivemos no Brasil neste momento. É o
seguinte:
“Reformas Políticas -> São
propostas reformas que poderão beneficiar
a economia. -> Elites poderosas podem
resistir a essas mudanças. -> porque desejam manter seu controle dos recursos. -> Elas distorcem as reformas, que não dão certo ou chegam ao oposto das
metas visadas. -> Ou seja, até as reformas
econômicas benéficas falham.”
O
que eu penso neste caso é que claro as reformas políticas existem para o
benefício da nação como um todo. Elas servem para impulsionar a economia. Gerar
resultados positivos em teoria para todas as pessoas e classes sociais. O
problema é que usualmente as economias que necessitam destas reformas são
governadas por indivíduos que veem o seu benefício próprio e a curto prazo
antes de qualquer outra coisa. Essas pessoas acabam eventualmente sendo
pressionadas ao longo do curso da história, como no Brasil neste momento, pelo
povo a agir. E eles anunciam algo nesse sentido com a clara intenção de acalmar
os ânimos. Mas, infelizmente, para uma reforma política de fato dar certo e
gerar resultado seria necessário antes de tudo remover do sistema todos aqueles
que se beneficiam da ineficiência existente. E países em desenvolvimento
normalmente são os exemplos mais claros e perfeitos de onde temos esse problema.
Podemos
esperar de bons políticos ações que realmente visem o benefício e a reforma
política/econômica de fato. Essas políticas que esperamos que sejam
apresentadas com certeza irão ser populares. O que preocupa são os entraves
burocráticos e políticos (no pior sentido da palavra) que existem e que podem
tornar o espaço de tempo necessário para virarem realidade algo longo demais e
assim abrir a oportunidade para os “reformadores” se aproveitarem do momento e
redescobrir como se manter na posição de exploradores mesmo da máquina pública.
Para
finalizar, quando se é proposta uma reforma política é certo que teremos
ganhadores e perdedores. O objetivo claro é sempre de que tenhamos mais
ganhadores ao final de todo o processo. O grande entrave é que a maioria dos
perdedores em questão fazem parte da elite política direta ou indiretamente. E
essa elite que convive há anos com os seus benefícios fará de tudo para
proteger a realidade que atualmente eles tem. Mesmo que saibam que poderíamos
ter resultados positivos como um todo na economia e que essa melhora geral
também traria benefícios a eles. Mas é aquela coisa, eles não querem saber de
trocar o certo pelo incerto. E assim países em desenvolvimento, como o Brasil, continuarão
com as suas dificuldades e suas travas por anos e anos.
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