terça-feira, 22 de abril de 2014

Instabilidade Brasil

Mais uma vez o Brasil vive um momento de muitas incertezas econômicas. Ano eleitoral, Copa do Mundo, inflação, taxas de juros, baixo crescimento, emprego, PIB pífio são apenas alguns dos temas que nos levam a refletir sobre o que está por vir. A ideia neste post é abordar o assunto de forma bem dinâmica, que nos leve a pensar sobre tudo que tem acontecido sem uma preocupação maior com os resultados empíricos que ficamos sabendo a cada dia.

Quero começar pelo que na minha visão é o maior problema de todos. A política no Brasil. Os políticos que deveriam ser os responsáveis pelas soluções de todos os nossos problemas cada vez mais se mostram como uma fonte inesgotável de decepção, incompetência e falta de vontade de resolver o que é preciso. Historicamente anos eleitorais refletem uma instabilidade nos mais diversos setores. Não sabemos o que irá acontecer, quem irá realmente vencer e deter o comando do futuro. O que podemos imaginar são os problemas que estão por vir. Podemos esperar de um ano como este muitas ações de quem está no governo com preocupações acima de tudo eleitoreiras. O importante é não prejudicar a imagem de quem irá estar concorrendo e para isto informações são sonegadas, relatórios e dados oficiais que podemos suspeitar, projetos paralisados ou acelerados (dependendo do interesse), reajustes de preços sendo adiados entre tantas outras situações. E a conta de todas essas ações podem ter certeza que chegará. E um novo ciclo vicioso estará começando com mais do mesmo de sempre. 

Para piorar temos uma Copa do Mundo no meio do caminho. Gastos públicos que envolvem a Copa incalculáveis. Ninguém nunca irá saber o tamanho do "investimento" público neste evento. E o retorno para o País? O legado? Bom, estão cada dia mais claras essas respostas e não preciso nem gastar palavras para tal. E olha que eu não era contra a Copa. Penso que não deveríamos ser ingênuos de acreditar que todo o investimento feito principalmente em Estádios pelo poder público seria direcionado para educação, saúde, segurança, e etc. O que eu esperava era que a Copa fosse uma oportunidade de que mesmo com a corrupção e os desvios de recursos públicos fossem acelerados muitos projetos que nunca saíram do papel e que tivéssemos algum tipo de progresso. E que o restante dos problemas o Brasil fosse com o tempo solucionando. Mas a imagem que cada vez mais se apresenta é de que a Copa foi apenas uma oportunidade gigantesca de todos que se aproveitam dos recursos públicos ganharem a sua parte e de que o real retorno para a população será mínimo. A oportunidade se foi, quem iria se corromper via política ganhou muito mais do que o usual e o legado é quase imperceptível. Aliás, não é verdade, pois num futuro muito breve a conta irá aparecer e quem terá que assumir somos todos nós.

Falando do nosso momento econômico mais diretamente vivemos um cenário de inflação estourando o limite estabelecido e que ao meu ver na realidade já passou tem um bom tempo, apenas não é oficializado pelas apurações "oficiais" dos órgãos competentes. Crescimento econômico sempre muito abaixo da expectativa e das projeções oficiais. PIB pífio. Aumento do desemprego gradual. Falta de infraestrutura cada vez mais presente no nosso dia a dia. E as taxas de juros que vivem um momento de escalada constante. Se fazem valer da taxa de juros para controlar a inflação e assim travam ainda mais o nosso crescimento. É um ciclo vicioso que não nos deixa sair do lugar.


Para finalizar, o Brasil vive mais uma vez o seu eterno retrato. Vejo que muita responsabilidade da falta de políticas públicas de longo prazo. Políticas e reformas de boa fé. Se tivéssemos boa vontade de quem administra com certeza teríamos percalços, mas com ajustes iríamos progredir. O problema é que os interesses individuais até hoje se sobressaem. E assim não saímos do lugar. O que concluo cada vez mais é que nossos bons momentos são muito mais reflexos de fatores externos do que de algo que é feito aqui dentro. Este ano e os que estão por vir são de muita prudência e planejamento para quem quer investir e progredir, pois temos muitas contas a vencer de tudo que está acontecendo.

Um abraço,

Renan Abella Würfel 
Economista
Instituto de Solução Financeira - Crédito Orientado
Uberlândia - Minas Gerais
34-3292 5200

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Reforma Política

         No Brasil tem se falado muito em reforma política. Todos os protestos que aconteceram recentemente se forem analisados com maior frieza serão vistos como reflexos de todos os problemas que o País sofre no que diz respeito à política e a administração pública. São muitos anos em que a população está refém de governantes que em muitos casos estão mais preocupados com seus interesses particulares do que com as necessidades de todos e com o desenvolvimento econômico da nação.
        Alguns dias atrás eu estava lendo um livro estrangeiro que fala sobre economia e políticas públicas. Deparei-me com um quadro que achei bastante interessante e que a meu ver reflete perfeitamente o que vivemos no Brasil neste momento. É o seguinte:
     “Reformas Políticas -> São propostas reformas que poderão beneficiar a economia. -> Elites poderosas podem resistir a essas mudanças. -> porque desejam manter seu controle dos recursos. -> Elas distorcem as reformas, que não dão certo ou chegam ao oposto das metas visadas. -> Ou seja, até as reformas econômicas benéficas falham.
           O que eu penso neste caso é que claro as reformas políticas existem para o benefício da nação como um todo. Elas servem para impulsionar a economia. Gerar resultados positivos em teoria para todas as pessoas e classes sociais. O problema é que usualmente as economias que necessitam destas reformas são governadas por indivíduos que veem o seu benefício próprio e a curto prazo antes de qualquer outra coisa. Essas pessoas acabam eventualmente sendo pressionadas ao longo do curso da história, como no Brasil neste momento, pelo povo a agir. E eles anunciam algo nesse sentido com a clara intenção de acalmar os ânimos. Mas, infelizmente, para uma reforma política de fato dar certo e gerar resultado seria necessário antes de tudo remover do sistema todos aqueles que se beneficiam da ineficiência existente. E países em desenvolvimento normalmente são os exemplos mais claros e perfeitos de onde temos esse problema.
     Podemos esperar de bons políticos ações que realmente visem o benefício e a reforma política/econômica de fato. Essas políticas que esperamos que sejam apresentadas com certeza irão ser populares. O que preocupa são os entraves burocráticos e políticos (no pior sentido da palavra) que existem e que podem tornar o espaço de tempo necessário para virarem realidade algo longo demais e assim abrir a oportunidade para os “reformadores” se aproveitarem do momento e redescobrir como se manter na posição de exploradores mesmo da máquina pública.
                Para finalizar, quando se é proposta uma reforma política é certo que teremos ganhadores e perdedores. O objetivo claro é sempre de que tenhamos mais ganhadores ao final de todo o processo. O grande entrave é que a maioria dos perdedores em questão fazem parte da elite política direta ou indiretamente. E essa elite que convive há anos com os seus benefícios fará de tudo para proteger a realidade que atualmente eles tem. Mesmo que saibam que poderíamos ter resultados positivos como um todo na economia e que essa melhora geral também traria benefícios a eles. Mas é aquela coisa, eles não querem saber de trocar o certo pelo incerto. E assim países em desenvolvimento, como o Brasil, continuarão com as suas dificuldades e suas travas por anos e anos.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Imposto no Brasil não é alto. Então, qual é o problema?

Semana passada fui convidado a opinar em mais de uma entrevista sobre a carga tributária brasileira. Esse é um assunto bastante polêmico, pois envolve a vida de todas as pessoas e que na sua imensa maioria tem uma opinião muito negativa dos impostos. Sendo assim, gostaria de apresentar o que penso sobre o que está envolvido nesta esfera tão importante da economia como um todo e quais são os reflexos nas políticas governamentais.
O gasto mensal do brasileiro com impostos é com toda certeza alto. Mas não vejo este como o ponto crucial da questão. Imposto existe desde quando o mundo é mundo. Desde os modelos mais primórdios de sociedade os impostos já estavam lá. Das mais diferentes formas, mas sim, já existiam. E mais, além de existirem, eram dentro dos seus parâmetros temporais muito altos também.
Imposto alto não é o problema. O problema é o quanto de retorno o governo oferece. Se buscarmos os dados de carga tributária no mundo inteiro o Brasil não fica nem entre as 10 maiores, mas o que temos de benefícios vindos do governo em troca é incomparável. Os países desenvolvidos com cargas tributárias mais elevadas do que o Brasil oferecem serviços públicos de qualidade, garantindo à sua população saúde, educação, segurança, previdência social, moradia, saneamento básico, boas estradas, medicamentos entre outros benefícios. Já no nosso país as pessoas precisam desembolsar com serviços particulares parte de suas rendas para obter e cobrir o que o governo não consegue oferecer com qualidade dos serviços citados anteriormente. E é neste ponto que o imposto fica de fato caro no Brasil. Existem pesquisas como a dos “impostômetros” que dizem que o brasileiro trabalha em torno de 5 meses do ano só para pagar imposto. Isto de fato é uma realidade, mas engana-se quem pensa que para por aí. Na verdade como temos de gastar ainda no setor privado para repor o que o governo não oferece satisfatoriamente, com certeza estes meses são alongados e acabamos tendo um resíduo em média cada vez menor que seria para de fato acumular riqueza e assim aumentar nosso patrimônio e melhorar nossas condições de vida.
E o problema brasileiro, na minha opinião, tem duas razões bem claras. A corrupção e a falta de planejamento na gestão governamental. Os problemas no controle do dinheiro público são notórios a todos. Mas o que me impressiona no nosso caso é que até nisso eles são incompetentes. Pois eu desconheço na história alguma nação que não tenha algum caso de corrupção nos seus governos. Só que no Brasil a ganância e a falta de poder de reação da população parecem oferecer o combustível necessário para que se extrapolem todos os limites e apareça dia após dia mais e mais casos em todas as esferas políticas. E isso gera um ciclo vicioso prejudicial e progressivo como um todo que acaba na outra ponta em forma de sonegação fiscal muito alta. Ou seja, cria-se um conceito popular extremamente maléfico de que “eles fingem que não se corrompem e nós fingimos que não sonegamos”.
Já a falta de planejamento na gestão governamental eu quero exemplificar de uma forma bem clara e direta. Como explicar a recente queda do imposto na indústria automobilística? Vivemos num país totalmente ineficiente no que diz respeito a transporte público. Onde nossas cidades estão cada vez mais extrapolando os limites aceitáveis de “engarrafamentos”. Todos os problemas de poluição que essas questões acarretam, sem falar no stress, perda de tempo e qualidade de vida que a população sofre por causa disso tudo. E que claro acabam refletindo, por exemplo, na saúde pública. E o que temos? Incentivos a indústria automobilística! Ou seja, a ideia é colocar mais e mais carros nas ruas? O governo deveria abrir mão de impostos de forma planejada. Mas falo de planejamento como um todo. Faz parte das políticas públicas trabalhar de forma eficiente a carga tributária. Sempre existirá espaço para se reduzir ou amentar os impostos nas mais diversas áreas da economia. O problema que no Brasil se pensa apenas com foco no imediato. E isso é histórico, não se pensa no futuro de forma ampla desde sempre neste país. E por isso, sempre estamos correndo atrás do problema, como bombeiros apagando incêndios em pleno funcionamento ao contrário de termos políticas prévias de prevenção a eles. Poderia se trabalhar de diversas formas com os impostos. Diminuindo e aumentando nos diversos setores para que se incentive de forma ordenada os mercados sem aumentar a carga tributária como um todo e conseguindo oferecer mais e mais benefícios e investimentos para a população. Mas planejamento não me parece ser uma qualidade dos nossos governantes.
Gostaria de acreditar que a nossa economia está no caminho certo. Mas, infelizmente, a cada dia tenho mais convicção que o futuro é muito incerto. E tudo culpa da falta de planejamento sólido e capacidade de orientação financeira como um todo. Enquanto acharmos que a carga tributária em si seja o problema continuamos no caminho errado. Enquanto vivermos de ações governamentais imediatistas que incentivam apenas grandes indústrias (como por exemplo, automobilística e construção civil) não estaremos no caminho. Políticas como essas das taxas de juros em queda já estão se mostrando fracas, pois estão gerando um efeito reverso no aumento da inadimplência e consequente rigidez nas análises de créditos dos bancos gerando na prática uma redução do crédito concretizado em operações. Precisamos de planejamento e investimentos conscientes. E neste caso já saio dos nossos governantes e falo na economia como um todo. Todas as pessoas deveriam ter uma consciência maior na hora de tomar as decisões relacionadas aos seus recursos que com certeza teríamos uma economia muito mais forte e com sustentação para um futuro ainda melhor.

Abaixo, duas reportagens com minha participação falando e ilustrando o que foi abordado neste post:
http://www.youtube.com/watch?v=vOxWAqiBouY&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?v=6ptlF0LSdCY&feature=relmfu

Um abraço,

Renan Abella Würfel
Economista
Instituto de Solução Financeira - Crédito Orientado
Uberlândia - Minas Gerais
34-3292 5200

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Portabilidade de Crédito. Tu sabes que ela existe?

Quero abordar neste post a portabilidade de crédito. Modalidade existente desde 2006 e que acredito ser muito pouco conhecida. As oportunidades que teoricamente são abertas com o uso destas linhas são muitas, mas até hoje são muito pouco exploradas.
A portabilidade de crédito tem como ideia os mesmos princípios e objetivos do que temos nos mercados de telefonia ou planos de saúde, por exemplo. Qualquer cliente do sistema bancário que tenha algum tipo de crédito tomado no mercado (independente se for para pessoa física, jurídica, imobiliário, financiamento de veículos, entre outros) tem o direito de buscar uma melhor condição de qualquer tipo (taxas, prazo, garantias, mix de produtos, entre outros) em outra instituição que ofereça crédito. Além disso, pela regulamentação, toda esta operação de transferência deveria ser feita sem custo algum de tarifas ou de impostos. Mas, infelizmente, o que vemos no mercado é uma realidade bem diferente.
Antes de tudo o que existe na verdade são interesses conflitantes. O papel dos bancos é lucrar com a intermediação de recursos financeiros. As receitas obtidas com operação de crédito têm sido uma das principais fontes de lucros dos bancos brasileiros, se não a maior. O governo de certa forma também acaba sendo beneficiado pelos altos lucros dos bancos via arrecadação de impostos. Pois então, quem vai ter o interesse de estimular algo que se funcionasse de verdade serviria diretamente para diminuir os juros finais pagos aos bancos como um tudo?
A recente queda nas taxas de juros iniciadas pelos bancos públicos teve reflexo direto nos bancos privados que também tiveram de seguir na mesma linha. Para quem for tomar um novo recurso emprestado com certeza foi muito bom. Mas e todos aqueles clientes que já tinham algum tipo de financiamento em andamento também tem o direito de se beneficiar dessa nova realidade. O cenário ideal seria ver as instituições financeiras chamando seus clientes antigos e oferecendo renegociar todos os seus contratos já com as taxas mais baixas. Claro que na realidade brasileira isto jamais aconteceria. Pois aí entra a portabilidade de crédito que nos permite buscar uma melhor condição no concorrente e teoricamente sem custo algum fazer esta migração e então seguir com o financiamento já com taxas mais baixas.
Gostaria então de aproveitar e comentar alguns dos entraves encontrados no dia a dia, além de oferecer dicas de como não se deixar levar por eles. A principal dica para quem quer buscar uma portabilidade de crédito é conhecer o seu custo efetivo total da operação já existente. Jamais compare a taxa de juros anunciada de primeira por qualquer meio. Esse juro sempre será o nominal, mas com certeza, para fins de concretizar o contrato de crédito sempre surgirão outros custos (como taxas de análise, impostos, tarifas bancárias) que somados ao juro anunciado formarão o custo efetivo total da operação. Por isso, sempre compare esses custos efetivos para saber se o negócio irá valer a pena ou não.
Na portabilidade a quitação da dívida com a instituição de origem deverá ser feita unicamente pela instituição que está levando a operação. Pois assim não haverá cobrança de IOF. Caso seja oferecido o recurso integral para que a própria pessoa vá fazer a quitação, com certeza novos custos serão acrescidos. Se por acaso o financiamento novo amplie o valor financiado a incidência do IOF é legal somente em cima da diferença do adicional. Os bancos também costumam exigir a chamada venda casada. Ou seja, para lhe aceitar impõe a aquisição dos mais diversos serviços (como seguros, capitalizações, consórcios, entre outros) e isto é totalmente ilegal perante o Banco Central. Não aceite. Outra dica importante é para o crédito imobiliário, pois não se tem como fugir dos custos de cartório que são altos. E, pode muitas vezes inviabilizar o benefício da troca de instituição mesmo com juros mais baixos.
Em suma, a portabilidade de crédito existe e pode ser muito rentável para a grande maioria das pessoas. Mas, sem dúvidas, é um processo muito burocrático e devido a diversos interesses extras se torna uma opção bem complicada de se realizar. A melhor opção sempre será o planejamento e orientação. Ter a certeza de que se está tomando a melhor decisão é fundamental para ir até o fim nesse tipo de operação e exigir que se cumpra toda a regulamentação existente.
Quero finalizar pontuando a minha opinião atual sobre tudo que está acontecendo com estas mudanças nos juros. Quero ainda crer que todo este movimento do governo via bancos estatais tenha sido bem planejado e que ele consiga sustentar este caminho para o futuro. A economia é muito dinâmica e outros fatores (como inflação e inadimplência) podem influenciar e serem determinantes contra este movimento atual. Nenhuma instituição que trabalhe com crédito oferta dinheiro sem pensar na inadimplência. Uma pressão oficial por juros mais baixos está acontecendo, mas as instituições precisam preservar suas atividades e seus resultados. Ou seja, pode oferecer juro mais baixo, mas ninguém pode proibir uma posição mais defensiva e criteriosa na análise dos créditos ofertados. E como na sua maioria o consumidor brasileiro não tem como característica o planejamento e conhecimento financeiro a tendência é quanto mais dinheiro emprestado, maior será a inadimplência e por consequência mais rígida serão as análises dos bancos que podem ir contra toda a ideia do momento e acabar retraindo a oferta de crédito do mercado. Sendo assim, na minha opinião, quem tem algum plano de investimento que procure o mais rápido possível o seu crédito com orientação pois não se tem como afirmar até quando teremos as melhores condições.
Abraço,
Renan Abella Würfel
Economista
Instituto de Solução Financeira - Crédito Orientado
Uberlândia - Minas Gerais
34-3292 5200

terça-feira, 8 de maio de 2012

Entrevista ao MGTV abordando a queda nas taxas de juros

Quero compartilhar com vocês um vídeo com a minha participação ao vivo na bancada do MGTV 1ª Edição na última semana. O tema abordado na entrevista é a queda nas taxas de juros que estão acontecendo e penso que ilustra bem além de complementar o post anterior.

Abraço,
Renan Abella Würfel
Economista
Instituto de Solução Financeira - Crédito Orientado
Uberlândia - Minas Gerais
34-3292 5200

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O que está acontecendo com estas reduções nas taxas de juros?

Nas últimas semanas, o Brasil vem passando por um momento muito importante do ponto de vista econômico. O nosso governo sinalizou com um verdadeiro plano de ação para combater as altas taxas de juros existentes no mercado. Fazendo uso da força dos bancos estatais iniciou uma derrubada histórica nas taxas de juros oferecidas diretamente aos seus clientes nas agências bancárias. Gostaria neste post de explicar melhor o porque acredito que este momento de fato seja diferente dos outros.

O brasileiro acostumou-se nos últimos anos a acompanhar notícias sobre as mudanças na taxa de juros referencial do mercado, a taxa SELIC, sem muitas vezes compreender como isso afeta sua vida de verdade. Inclusive, a percepção popular é de sentir com mais intensidade o lado negativo das subidas dos juros e os quase imperceptíveis benefícios das quedas. E é por aí que começo a tentar explicar o diferencial deste momento. Desta vez, o governo ao invés de ter o foco numa política econômica de baixar a taxa SELIC apenas, ele foi diretamente aos seus canais de acesso ao público em geral que são os bancos estatais e fez uma massiva baixa de juros atrelada com intensas campanhas publicitárias divulgando estas ações. Essas ações afetaram diretamente os bancos privados e os mais diversos setores da economia que trabalham oferecendo crédito, pois todos tiveram que acompanhar este movimento de queda de juros para não perderem seus clientes e assim gradativamente as taxas como um todo estão caindo.
Acredito que nunca antes na nossa história recente tivemos um cenário tão propício para se buscar crédito. Ter acesso ao crédito não é uma questão simples. Temos diversos pontos que são avaliados pelos bancos antes de liberar o recurso. O temor principal sempre será a inadimplência. Altos índices de inadimplência sempre afetarão negativamente o crédito resultando em aperto nas análises dos bancos, aumento de taxas e queda de prazos. E o que está acontecendo neste momento, a meu ver, é um movimento agressivo sinalizado pelo governo no caminho de enfrentar o risco nas operações em nome de um crescimento econômico. O spread bancário é constituído por diversos fatores. Alguns vindos das políticas governamentais como os impostos e recolhimento de depósito compulsório. Além do que é da conta dos bancos como seus custos administrativos, tarifas, margem para cobrir a inadimplência e a parte para o retorno do capital.
Neste momento fica bem claro que temos a combinação de dois fatores. A queda nas taxas juntamente com uma análise de crédito dos bancos mais aberta (propensa a emprestar). Ou seja, o caminho para se obter crédito está muito mais acessível. E por isto, a importância de aproveitar este momento. Não sabemos até quando teremos estas condições. A taxa de juros (SELIC) que é referência para o mercado não tenho dúvidas de que irá cair ainda mais no curto prazo. Afirmo isso, baseado nas novas regras da poupança anunciadas semana passada. Não entrarei no mérito da questão da poupança pois não é o assunto em pauta neste post, mas a alteração fica condicionada diretamente a uma redução de no mínimo meio ponto percentual da taxa SELIC na próxima reunião do comitê de política monetária, ou seja, a taxa referencial que hoje está em 9% a.a., deve cair para 8,5% a.a. para que assim justifique as mudanças nas regras da poupança.
Esta provável queda na taxa de juros SELIC teoricamente é para resultar numa nova queda nas taxas de juros em geral no mercado, mas não é uma obrigatoriedade. Sendo assim, não afirmo que acredito numa nova queda representativa nas taxas de juros para os clientes dos bancos e consumidores no curto prazo. Penso que as quedas agressivas já aconteceram e agora a tendência é sem dúvida de uma continuação nesse caminho de baixa nas taxas, mas com uma maior lentidão.
A ideia final deste post é de que se aproveite este momento. Mas sempre com muita consciência e orientação. Um crédito mal tomado sempre trará problemas financeiros no futuro. Por isso, sempre é tão importante saber se realmente o recurso é necessário, se terás condições de pagá-lo durante o prazo e de que forma ele irá beneficiar onde está sendo investido para assim conseguir o êxito no retorno do capital usado para investimento.

Abraço,

Renan Abella Würfel
Economista
Instituto de Solução Financeira - Crédito Orientado
Uberlândia - Minas Gerais
34-3292 5200

Apresentação e Objetivos do Blog

Boa tarde,

Quero inicialmente deixar a vocês um breve comentário sobre os objetivos e perspectivas que tenho com este blog. Toda nossa equipe do Instituto de Solução Financeira foi convidada a abrir o seu próprio espaço com total liberdade para abordar os diversos assuntos que influenciam nosso trabalho. Recebi com muito gosto o convite e desde então passei a estudar e planejar qual seria a metodologia que eu iria adotar que tornasse este novo hábito em algo prazeroso para mim e que da mesma forma fosse realmente interessante para as pessoas que fossem ler podendo assim agregar algo que de fato seja bom para todos.
A ideia que tenho neste início de trabalho é o de abordar assuntos que envolvam economia no cotidiano de todas as pessoas e buscar facilitar o entendimento com um texto simples, objetivo e acima de tudo muito claro. Não pretendo me aprofundar em detalhes específicos da teoria econômica, pois isso, penso que cabe aos economistas o debate apenas entre nós. Os assuntos relacionados à economia são de suma importância para todas as pessoas na sociedade atual, e muitas vezes por dificuldades de compreensão do que está acontecendo perdemos oportunidades de se tomar a melhor decisão que poderia trazer muitos benefícios para as nossas vidas. Se de alguma forma eu conseguir por este blog informar melhor as pessoas sobre o que está acontecendo na economia e elas obtiverem a capacidade de otimizar suas escolhas e serem mais conscientes no manuseio de seus recursos já estará cumprindo o seu objetivo.
Abraço,

Renan Abella Würfel
Economista
Instituto de Solução Financeira - Crédito Orientado
Uberlândia - Minas Gerais
34-3292 5200